A ligação marítima Luanda-Soyo-Cabinda passa, a partir do próximo ano, a ser feita com recurso aos catamarãs, que deixam assim, definitivamente, a rota Museu da Escravatura-Capossoca-Porto de Luanda.
O Boletim Informativo do Ministério dos Transportes “MINTRANSNews” cita o presidente interino do Conselho de Administração da Secil Marítima, ouvido pela Rádio Nacional de Angola.
João Martins explicou que as obras de conclusão e de melhoria dos terminais, já em curso, condicionaram a retoma da actividade de transporte marítimo de passageiros. Também a componente financeira terá, nalgum momento, atrasado as obras.
O transporte marítimo vai tornar mais barata as viagens e aumentar as opções, actualmente feitas só por avião, no caso das ligações para Cabinda. Para chegar a Cabinda, a partir de Luanda, os passageiros deslocam-se por estrada até ao município do Soyo, na província do Zaire, onde apanham embarcações rudimentares para o destino final.
João Martins fez ainda saber que os quatro catamarãs existentes deverão beneficiar da devida manutenção antes do início das viagens. “Já fizemos o plano de negócios e vamos ver qual será a tarifa a cobrar, pois Cabinda possui um regime especial. E já fizemos o estudo”, garantiu.
Segundo garantias do presidente interino do Conselho de Administração da Secil Marítima, em Novembro deve chegar um navio novo para o transporte de carga e passageiros, que vai operar na rota Luanda-Soyo-Cabinda.
Este é mais um compromisso do Governo na resolução dos problemas de ligação com a província de Cabinda.
Estão em curso em Cabinda projectos como o da construção do porto de águas profundas do Caio e a nova aerogare do aeroporto Maria Mambo Café. Para 2022, Cabinda terá ainda uma refinaria de petróleo com capacidade para processar 60 mil barris por dia.
Taxas de Serviços reduzidas
Algumas taxas de serviços prestados pelo Porto de Cabinda foram reduzidas, como forma de influenciar o mercado a reduzir também os preços dos produtos.
Esta medida, já deliberada em Conselho de Ministros na sessão extraordinária de 21 de Agosto, abrange os serviços de fornecimento de energia eléctrica, de impressos, de entradas avulsas mensais e anuais de camiões, motorizadas e peões no recinto portuário.
Quanto ao impresso de importação, estão definidos três diferentes preços. Os que pagavam 9, 12 e 13 USD viram ser feita uma redução na ordem dos 50%. O valor é pago em Kz, valendo apenas a moeda externa como referência.
Houve, igualmente, redução de 50% sobre as taxas dos serviços relacionadas à pilotagem, acostagem e entrada de navios de cabotagem, em compensação aos serviços de feitura de rampa precária aquando da atracagem dos mesmos na praia para o desembarque e embarque de mercadorias.