Conflito interno na gestão da IURD pode estar longe do fim

O bispo Valente Bezerra Luís vai passar a representar legalmente a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola. A decisão é do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR) e surge na sequência de um longo conflito que opõem pastores angolanos aos brasileiros.

“É nossa prioridade buscar junto das autoridades competentes a devida autorização para a retomada dos cultos nos nossos templos e, simultaneamente, reconciliar toda família universal, pois somos todos irmãos”, frisa o bispo Valente Bezerra Luís.

Numa nota enviada à DW África, a ala dos pastores brasileiros reage à decisão do INAR entendendo que “peca por afastar-se e contrariar as regras que estabelecem a sua própria competência”.

No documento, pode ler-se ainda que “além da falta de legitimidade do INAR para tomar a referida decisão, deve ser tornado público que a Igreja Universal do Reino de Deus e seus representantes em nenhum momento foi ouvida, notificada, comunicada ou auscultada”. “Inexplicavelmente, a IURD foi mantida à margem e afastada do referido processo”, acrescenta a nota que considera que o INAR interveio numa matéria para a qual não está legitimado. Decisão “razoável”.

O analista e jurista angolano Manuel Pinheiro considera “razoável” a decisão do INAR “na medida em que a IURD é uma associação de direito privado”. Questionado sobre se se estava diante do fim do longo conflito que se vive na IURD, Manuel Pinheiro entende que não: “Isso não termina com o conflito, porque o conflito é um potencial que existe em cada uma das pessoas interessadas nesse processo”.

Os templos da IURD em Angola encontram-se encerrados por decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) e há pastores acusados de crimes de associação criminosa, fraude fiscal, exportação ilegal de capitais, entre outros ilícitos. Segundo Manuel Pinheiro, a decisão do INAR “não impede a marcha dos processos judiciais”. “Esses vão correr o seu curso e no seu tempo oportuno se saberá o despacho final que cairá sobre esses processos”, conclui o jurista.

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