A bispa da Igreja Anglicana de Moçambique e Angola (IAMA), Filomena Teta Estêvão, apontou as crenças em algumas questões tradicionais e culturais, como estando na base do atraso do empoderamento da mulher, sobretudo no meio rural.
Em declarações à ANGOP, no quadro do Março/Mulher, disse que estas questões estão na base dos casamentos e gravidez precoces, situações que retardam a capacitação das jovens mulheres para enfrentarem os desafios do equilíbrio do género.
Perante este contexto, a religiosa disse que as igrejas e a sociedade civil são chamadas a desenvolver um papel educador, para a mudança de mentalidades.
No seu entender, são acções colectivas que fortalecem as mulheres, de modo a mantê-las organizadas e livres de qualquer tipo de preconceito, pois são a força da sociedade.
Por isso, realçou,“as normas tradicionais, culturais, sociais, que impõem limitações ao papel da mulher devem ser quebradas”.
Filomena Teta criticou aquelas organizações religiosas com estruturas patriarcais e hierárquicas de longa data, que apenas priorizam a liderança masculina.
Neste diapasão, disse que as mulheres precisam de mais oportunidades para saberem tomar as suas decisões, porque uma mulher ponderada é ter poder e ser capaz de realizar certas actividades.
Porém, sublinhou ser notório o empenho do Executivo que vem dando mais espaço à liderança feminina nos órgãos de decisão.
Por outro lado, a bispa destacou o papel da igreja, enquanto parceira do Estado, tem se empenhado para a reconciliação e pacificação dos angolanos, bem como no combate à pobreza, através da construção de infraestruturas de ensino e saúde.