O ex-deputado Carlito Roberto, filho mais velho do líder fundador da FNLA, Holden Roberto, anunciou, na passada terça-feira, em Luanda, a sua intenção de se candidatar ao cargo de presidente daquela formação política, no próximo congresso, dizendo que “pretende ser líder da FNLA para recuperar a mística do partido e o nome do fundador”.
“Vou candidatar-me para recuperar o nome de Holden Roberto e ter um papel importante na reconciliação da FNLA”, disse.
Carlito Roberto anunciou a sua participação na corrida do conclave, que se vai realizar em Agosto do próximo ano, em conferência de imprensa: “quando a comissão que se encarregará de receber as candidaturas for constituída, vou entregar a minha candidatura”, adiantou.
O filho de Holden Roberto fez saber que num passado recente, o antigo presidente da FNLA, Ngola Kabangu, propôs-lhe ser candidato a presidente do partido, mas o mesmo alega ter rejeitado a proposta.
“Naquela altura não estava preparado. Agora estou amadurecido”, disse e acrescentou que o “egocentrismo e a falta de humildade é o que esteve sempre na base do desentendimento entre os dirigentes da FNLA”, diz Carlito Roberto.
“Eles olhavam apenas para os interesses pessoais em detrimento dos do partido”, falou, apelando que hoje é “preciso velar pelos interesses do partido, sob pena de um dia o mesmo desaparecer”.
“Internamente estamos a fazer um esforço no sentido de reunificar o partido”, disse, acrescentando que para se acabar com a crise interna, o actual presidente “deve pôr fim às estruturas paralelas à direcção legítima”.
Com 80 anos, o actual presidente da FNLA, Lucas Ngonda, manifestou a intenção de não se recandidatar à sua própria sucessão e anunciou a realização do próximo congresso para Agosto do próximo ano, no âmbito do pacto de reunificação e reconciliação na FNLA.
Para além do filho do presidente fundador do partido dos “irmãos”, Fernando Pedro Gomes e Tristão Ernesto já manifestaram a intenção de sucederem à Lucas Ngonda.
A FNLA, um dos três movimentos de libertação, a par do MPLA e da UNITA, vive, há cerca de duas décadas, uma crise de liderança, que se agudizou em 2007, com a morte de Holden Roberto.
Apesar disso, o partido fundado por Holden Roberto continou dividido, com uma ala liderada por Kabangu e outra, a legítima, presidida por Ngonda. Além destas, há outras sensibilidades (alas), como a de Carlito Roberto e o Grupo dos Seis (G6).