E AGORA, DE QUEM É A CULPA?

Ontem aconteceu a manifestação mais violenta dos últimos anos, em Luanda, contra o desemprego, o custo alto do nível de vida e a exigência da realização das eleições autárquicas para 2021. Resultou na detenção de muitos manifestantes e vários feridos, nas redes sócias fala-se até de víctimas mortais, factos ainda não verificados por nosso portal. Está manifestação ficou marcada pela violência, sendo a mais violenta de todas outras. Com todos estes danos a quem deve recair a culpa?

Três outros jovens foram ainda baleados, sendo dois ativistas, um baleado na barriga e outro pela escosta e o terceiro é secretário da UNITA na Ilha do Mussulo e foi baleado no braço direito. A manifestação foi convocada pela UNITA, a juventude da CASA-ce, a juventude do PRS juntaram-se aos ativistas da sociedade civil e colocaram mais de 2500 jovens para marcharem do cemitério da Santana até ao primeiro de maio, um dia depois da publicação do decreto presidencial que proibi ajuntamento de até mais de cinco pessoas, e por isso, a polícia procurou impedir a realização da mesma, colocando barricadas que impedisse a movimentação dos manifestantes e efetuou detenção dos mesmos mas nem isso impediu a realização da manifestação.

Visto que os manifestantes foram contra os efectivos das forças da ordem, e isto, forçou a polícia espancar os manifestantes, entre eles deputados da UNITA, políticos dos demais partidos da oposição, e procedeu-se também detenção de militantes destes partidos, jornalistas, vendedoras ambulantes e transientes que se encontravam naquelas circunscrições. Depois de tudo isto, a quem vai recair a culpa? A quem se deve atribuir a responsabilidade por todos estes danos? Mas parece que está manifestação foi projetada para tal violência porque o número de participantes não supera nem se iguala a dos médicos.

Vamos atribuir a responsabilidade à UNITA, ao PRS, CASA-ce e aos ativistas que organizaram e todos jovens que aderiram mesmo sabendo que estamos diante de uma situação de calamidade pública e devem se evitar os ajuntamentos, e estes defendem que a situação de calamidade não impede a realização de manifestação, que isto só acontece no Estado de emergência e de Guerra, sem saberem que assim estariam a contribuir para a propagação da Covid-19? Por isso, a estes recai a culpa!

E a polícia? Como se justifica a brutalidade da polícia, contra cidadãos desarmados em uma manifestação pacífica? O aparato policial, cães, armas de fogos, canhões, tiros, numa palavra, violência brutal da polícia contra os jovens manifestantes chegam a ser manifestamente mais prejudiciais à imagem frágil do Executivo angolano do que os slogans, marcha e gritos dos protestantes.

O Governo amplifica contra si as responsabilidade dos manifestantes e vitimiza-os, tornando-os em heróis da pátria, ao mesmo tempo que acomula os passivos e aumenta sentimentos de revolta e dos que pensam que as autoridades são vilões nisso tudo. Aquele fogo e fumo, pedras, lixo, engarrafamentos e caos que se fez na estrada de Catete não expressam apenas clima de terror. A olhos de muitos, é sinal de que as autoridades foram inacapazes de lidar bem com os cidadãos manifestantes.

Esta comunicação desgasta a imagem do Governo.
Se o Executivo não proibisse nem repremisse esta manifestação, as autoridades angolanas estariam melhor na fotografia e tinha-se evitado vender estas imagens negativas aos estrangeiros e nacionais. Lembrando que quem morre numa manifestação como está é feito dele um mártir.

Por: Pumba Kibozo

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