EFEITOS DO FIM DO BAILE Ramiro Aleixo e a raiva de cão faminto

Por Emanuel Kadiango:

 Num texto longo e numa linguagem tão rasteira que mais o aproxima a um hospedeiro de vírus de ódio, o jornalista Ramiro Aleixo descarregou toda a sua raiva canina contra o Presidente da República, João Lourenço, alegando desencanto com as escolhas do Titular do Poder Executivo.O pretexto deste desencanto é a fatia de cinco milhões de dólares destinada a instalação de uma Clínica Dentária, próximo do Palácio Presidencial, um investimento que ele considera supérfluo. Nada mal nisso, se se tiver em conta que o Presidente da República está sob escrutínio do cidadão, sendo as suas decisões passíveis de avaliação.

O errado está no facto de Ramiro Aleixo não ter sido urbano, nem desconfiar da sua própria verborreia, remetendo-se para o estágio de primata.A medicina dentária, das mais caras do mundo, nunca deve ser votada para o segundo plano, na medida em que o mau estado de saúde bucal é causa de cancro e de outras doenças crónicas.

Quanto a isso, dispensamos verbo. Pois, antes de abrir a boca, era aconselhável ao RA conversar com um estomatologista ou outro médico do ramo para lhe esclarecer o quanto a sua saúde pode estar comprometida por um descuido com os dentes.

Como jornalista sénior, bastava fazer uma pequena investigação sobre o sistema de saúde de Cuba para perceber o quanto a aposta neste ramo de medicina contribui para o bem-estar dos cubanos.Ramiro Aleixo deu uma de bom gestor, capaz de escolher o que é certo para uma economia em crise, esquecendo-se de que a transparência constitui um princípio basilar da gestão democrática. Ao invés disso, o homem estatelou-se na raiva, no rancor e na nostalgia do tempo em que, através do Fundo Soberano, mamava da teta por um serviço de comunicação enfermamente prestado àquela instituição pública.

A comparação que o jornalista – muito bem pago no tempo do Presidente José Eduardo dos Santos por serviços insignificantes e lealdade – estabelece não é inocente.No texto, insinua que o Presidente João Lourenço pode superar, pela negativa, o seu antecessor, tudo por aquilo que considera “decisões de cunho pessoal e pronunciamentos (…), beirando à birra, falta de tato”.

É aqui onde RA deixa a ponta do véu solta, mostrando a serventia que continua a prestar aos antigos patrões, hoje, em conflito com a lei – aliás, o homem sempre funcionou como mercenário, dançando para quem desse mais.Torna-se, por isso, irrelevante aos olhos do nosso mercenário a transparência que o actual Executivo tem promovido em todas as suas despesas. Graças a isso, ele mesmo apercebeu-se da previsão do investimento.

Um crítico sensato jamais ignoraria este facto, amplamente, aplaudido pelas democracias mais antigas do mundo.  O Executivo do Presidente João Lourenço escolheu a Saúde como prioridade, o que tem resultado em investimentos muito superiores a cinco milhões de dólares. Ramiro Aleixo nunca fala desses investimentos. Nunca fala das melhorias registadas no Hospital Sanatório de Luanda, retirado da condição de holocausto a que tinha sido votado.

Não escreve nenhuma linha sobre a ampliação do Hospital Pediátrico David Bernardino que, no passado, era uma desolação e desespero das famílias que por lá procuravam a última solução para a sobrevivência dos seus filhos.Não escreve sobre as melhorias nos hospitais regionais, provinciais e municipais de todo o país, muitos dos quais com médicos, pela primeira vez. Tudo isso na governação de João Lourenço a quem o mercenário trata como se fosse seu filho.

O “desencanto” de Aleixo, que mais beira a ódio, certamente, não consiste na alegada falta de foco deste Executivo. O seu desencanto reside na ausência de contratos ocultos entre este Governo e a sua empresa da comunicação. Só que, para o desencanto do seu “desencanto”, este Executivo não cede a chantagens.

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