Apesar do êxito militar da coalizão anti-extremista em atuação na Síria e no Iraque, o grupo do Estado Islâmico (EI) se expande internacionalmente, principalmente em África, informou um alto funcionário do governo americano nesta quinta-feira (17).
“Há um ano, os esforços de contraterrorismo dos EUA e da coalizão eliminaram os principais líderes do EI e interromperam as operações terroristas do grupo em várias regiões”, afirmou Christopher Miller, diretor do Centro Nacional Antiterrorista dos Estados Unidos.
“Mas o grupo continua a desenvolver uma estratégia global agressiva” e agora tem 20 grupos afiliados em todo o mundo, principalmente em África, observou Miller, que apresentou perante um comitê do Congresso o relatório anual de Inteligência americana sobre ameaças globais contra os Estados Unidos.
Estado Islâmico se expande internacionalmente, principalmente em África
Desde outubro de 2019, na incursão americana que matou o líder Abu Bakr al Baghdadi, os Estados Unidos e seus aliados eliminaram várias personalidades do grupo, mas “o EI tem demonstrado repetidamente sua capacidade de se recuperar”, explicou o funcionário num documento entregue aos representantes do Legislativo durante a audiência.
“Em algumas partes da África, grupos do EI realizam ataques frequentes contra as forças de ordem locais e aumentam seu território, ao mesmo tempo em que as operações da coalizão e os ataques de grupos rivais diminuíram no Afeganistão, Líbia, Somália e Iêmen”, aponta o documento.
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Nesta quinta-feira, o EI assumiu a responsabilidade pelo assassinato de oito pessoas no Níger – seis franceses e dois nigerianos – em 9 de agosto.
Para os serviços antiterroristas dos EUA, o Estado Islâmico “continua tentando realizar operações contra os ocidentais, embora as medidas de contraterrorismo tenham reduzido a capacidade do grupo de realizar operações na escala dos ataques de Paris e Bruxelas” em 2015 e 2016.
Na Síria e no Iraque, o EI continuou com operações num ritmo “mantido”, incluindo um ataque ao exército iraquiano em maio, no qual dezenas de soldados iraquianos foram feridos e mortos.
De acordo com Miller, o próximo objetivo do EI é libertar seus milhares de combatentes e suas famílias presas em acampamentos no nordeste da Síria.
O documento ressalta que grupos extremistas se beneficiaram com a pandemia da covid-19 porque lhes permitiu “apresentar a doença como um castigo divino” e “afetou a confiança das pessoas sobre a capacidade dos seus governos de cuidar deles”.
Fonte: AFP