O secretário de Estado para os Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, André Tchikanha, disse que o Estado angolano perdeu mais de 3 mil milhões de kwanzas por ano com pagamento de subsídios a falsos pensionistas (fantasmas).

O governante disse que desde a primeira fase do processo de cadastramento e prova de vida dos antigos combatentes, que teve início em setembro de 2019, foram retirados das planilhas de pagamento mais de 12 mil fantasmas.
“O governo já gastou muitos dinheiros com pessoas que não reuniam as condições para sustentar o estatuto de antigo combatente. Basta dizer que no período que se fez o cadastramento, apurou-se que mais de 12 mil não reuniam condições. Isso representava uma despesa para o Estado anual na ordem dos 3 mil milhões, é muito dinheiro”, disse.
André Tchikanha estima que o número de fantasma no sistema seja superior visto que até agora só foram cadastrados beneficiários de 11 províncias, restando ainda 7 províncias por cadastrar.
“O processo de cadastramento em curso ainda não terminou, mas os dados indicam que muitos vão ser retirados os benefícios de antigo combatente porque não reúnem condições no quadro da lei”. disse.
O general André Tchikanha não conseguiu dizer em concreto em quanto o Estado angolano foi lesado com essa prática, sublinhando que só seria possível adiantar um número quando estiver definido detalhadamente quantos fantasmas existem no sistema. Mas um cálculo realizado pelo “O Guardião” estima que nos últimos dez anos o Estado poderá ter sido lesado em mais de 50 mil milhões de kwanzas com pagamento de subsídios a estes falsos pensionistas, a julgar pelo número de províncias ainda por cadastrar.
O general adiantou que alguns dirigentes em algumas províncias, sem adiantar quais, encontram-se já as contas com a justiça.