A insuficiência de recursos humanos é apontada como principal causa do funcionamento abaixo das estimativas previstas do Laboratório de Diagnóstico de Biologia Molecular do Huambo, inaugurado a 24 de Outubro.
Este laboratório foi concebido para processar duas mil amostras por dia, sendo mil de RT-PCR e igual número de serologia.
O facto foi assumido nesta quinta-feira, pelo director do Gabinete da Saúde do Huambo e porta-voz da Comissão Multissetorial Provincial de Prevenção e Combate à Covid-19, Lucas Nhamba, quando apresentava, em conferência de imprensa, a situação epidemiológica desta parcela da região do Planalto Central.
De acordo com o responsável, o laboratório funciona apenas com uma única equipa, composta por quatro profissionais, implantada no local desde a sua inauguração, facto que tem condicionado o funcionamento integral do estabelecimento médico, numa ordem de 24 horas diárias, segundo as previsões.
Tal realidade, adiantou, obrigou a redução da sua capacidade de processamento, estando actualmente com uma média de 282 amostras por dia de RT-PCR e o igual número de serologia, contra as mil de cada um dos testes, que é a sua capacidade instalada.
Para contrapor a situação, avançou que estratégias estão a ser traçadas pela comissão multissetorial da província, em colaboração com o ministério da Saúde, que passa essencialmente pelo recrutamento de mais profissionais para garantir o funcionário integral do laboratório por constitui uma grande conquista para se poder controlar a situação epidemiológica da província e da região centro e sul.
Nesta ordem de pensamento, informou estarem a ser formados quatro especialistas, para compor a segunda equipa e o recrutamento de outros, a nível dos municípios da província.
Apesar destas dificuldades, Luncas Nhamba informou que desde a sua entrada em funcionamento, o laboratório já processou 2099 amostras por RT-PCR, proveniente das províncias do Huambo, Bié, Benguela, Cuando Cubango e Namibe.
Quanto aos testes serológicos, avançou que foram colhidas em instituições hospitalares de 10 municípios, dos 11 que compõe a província do Huambo, isto com excepção do Londuimbali, com um total de três mil e 700 amostras, sendo que mil e 842 já foram processadas, das quais 763 foram reativos a IGG, IGM e combinados.
Sobre a situação epidemiológica da província, referiu que as estatísticas apontam para o registo, desde o passado dia 01 de Setembro do ano em curso, de 74 casos positivos, dos quais 18 activos, 54 recuperados e dois óbitos.
Administrativamente, informou que, no geral, os casos foram registados nas diversas zonas da parte urbana e bairros periféricos da cidade do Huambo, município com o mesmo nome, com 72 infecções e nas sedes municipais da Caála e Bailundo, com um caso cada.
Relativamente aos activos, explicou que três encontram-se internados nos centros de tratamento ao passo que os demais 15, todos assintomáticos, em seguimentos domiciliar por parte das equipas de respostas rápidas, compostas por médicos, enfermeiros e psicólogos.
Entretanto, Lucas Nhambas considerou estar controlada a situação epidemiológica da província, porém apelou à necessidade do reforço do cumprimento das medidas de prevenção colectivas e singulares,de modo a se conter a propagação do vírus.
Noutra parte das suas declarações, o responsável fez saber que a Comissão Provincial de Prevenção e Combate à Covid-19 vai começar, a partir de hoje, a implementar as cobranças dos testes, em cumprimento com o Decreto Presidencial sobre a Situação de Calamidade Pública.
Para o efeito, disse estarem disponíveis dois mil testes rápidos, sendo mil serológicos e o igual número para os de zaragatoa, bem como têm capacidade de realizar testar por RT-PCR, durante três meses seguidos.
Por último, Lucas Nhamba admitiu haver insuficiência no processo de comunicação, assegurando que novas medidas serão tomadas para manter a população mais informada sobre a realidade epidemiológica da província.
Fonte: Angop