Governo liberta 39 milhões de dólares para desenvolvimento do porto do Namibe

O Governo angolano autorizou a despesa de 39 milhões de dólares (33 milhões de euros) para o projeto de desenvolvimento do porto do Namibe, cerca de 6,5% do valor estimado da empreitada avaliada em 600 milhões de dólares.

O despacho presidencial a que a Lusa teve hoje acesso foi publicado em 11 de setembro e determina que a ministra das Finanças deve assegurar a disponibilidade dos recursos financeiros necessários à implementação do projeto, resultante de um contrato entre Abgola e o consóricio japonês Toyota Tsusho Corporation e a TOA Corporation.

O projeto de desenvolvimento integrado da baía do Namibe é financiado através de uma linha de crédito do Banco do Japão para a Cooperação Internacional no valor de 600 milhões de dólares (507 milhões de euros).

Segundo um comunicado divulgado em janeiro do ano passado pela Toyota Tshusho, o projeto comporta a expansão do terminal de contentores do porto de Namibe e a reabilitação do terminal de minérios de Saco-Mar.

A empresa japonesa acredita que o projeto na bacia do Namibe, que espera estar concluído em 2022, irá “reduzir a dependência de Angola do petróleo” e “reconstruir infraestruturas afetadas pela guerra civil” no país.

“Este projeto contribuirá para a criação de emprego no país, a revitalização económica da região sul, a diversificação de indústrias e potenciará o porto para se tornar numa janela para a importação e exportação de países do interior”, do continente africano, através da linha ferroviária, de acordo com o mesmo documento.

Inaugurado em 1957, o porto de Namibe representa um dos principais portos no país, sendo o maior da região sul e o terceiro maior em Angola.

O terminal de minérios de Saco-Mar foi construído em 1967 com o objetivo de exportar minério de ferro explorado nas minas de Cassinga, na província de Huíla, tendo funcionado durante oito anos. Em 1973 alcançou o seu valor mais alto de exportações, com 6,2 milhões de toneladas.

Segundo o seu portal na Internet, funciona atualmente como o principal terminal de combustíveis e lubrificantes da petrolífera estatal Sonangol na região sul do país e exporta, anualmente, 300.000 toneladas de derivados petrolíferos.

Este terminal é apoiado por uma linha férrea de 15 quilómetros que o liga à linha de caminhos-de-ferro de Moçâmedes.

O Japão volta assim a mostrar interesse no porto do Namibe, depois de anteriormente já ter contribuído, com fundos do Estado nipónico, para a sua reabilitação, em duas fases.

Na fase mais recente, em janeiro de 2016, o executivo japonês doou cerca de 20 milhões de dólares (18,3 milhões de euros ao câmbio de então), continuando os esforços iniciados em 2007 e que permitiram financiar uma reabilitação de 875 metros de cais.

A província do Namibe assumiu-se, durante o período colonial português, como o principal porto pesqueiro em Angola – com base nas baías de Moçâmedes, a capital, e de Tômbwa – e é ocupado em grande parte do território pelo deserto, considerado o mais antigo do mundo.

Fonte: Lusa

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