Jovens acusados de matar inspector das Finanças confessam: “Se o deixássemos com vida, seria uma ameaça”

Julinho e dois amigos, acusados de terem morto, em Maio passado, o então inspector da Delegação Provincial das Finanças do Cuanza Sul, Rodrigo Eduardo, foram apresentados esta Quinta-feira pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Luanda. Os jovens confessaram o crime e revelam que só mataram o inspector por este conhecer um dos seus amigos.

Julinho, de 24 anos, decidiu quebrar o silêncio e falar sobre o crime, que ocorreu no município do Cazenga, no bairro do Gesso. Em declarações ao Novo Jornal, contou que ele e os seus dois amigos foram informados, por um outro amigo que está foragido, que Rodrigo Eduardo tinha no carro elevadas quantias de dinheiro.

Perante esta informação decidiram assaltar o inspector, mas rapidamente o caso deu uma volta inesperada: “O nosso objectivo era o roubo do dinheiro, mas como ele conhecia um dos meus amigos, não tivemos outra escolha senão acabar com a vida dele”, contou, citado pelo Novo Jornal.
“Se deixássemos o inspector de Finanças com vida, seria uma ameaça para mim e para os meus amigos. Tirei a arma da cintura, uma AKM-47 de cano serrado, e fiz dois tiros, um que atingiu o homem e outro que passou ao lado”, disse. Depois disso, o jovem lembra-se de um amigo lhe ter dizer que o inspector já estava morto, para levarem o dinheiro e irem embora.


Após atingirem mortalmente Rodrigo Eduardo, os amigos revistaram-no e “um deles estava a insistir para levarmos a viatura para vendermos peça a peça no mercado dos Correio e do Asa Branca”, completou.


Esta não é a primeira vez que Julinho tem problemas com a polícia: roubo, homicídio, furto e ofensas corporais graves, são alguns dos motivos que já fizeram cruzar o caminho do jovem com as autoridades.

Quanto a este crime, o porta-voz do SIC de Luanda, Fernando de Carvalho, revelou que os jovens mataram o inspector “por causa de dois milhões de kwanzas”.

O responsável fez ainda saber que além dos três detidos, que estão indiciados pelos crimes de associação criminosa, posse ilegal de arma de fogo, roubo qualificado e homicídio voluntário, outros três indivíduos, que se encontram em fuga, também estão envolvidos no caso.
Os detidos serão encaminhados, nos próximos dias, para o Ministério Público de forma a serem julgados.

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