A taxa de abandono escolar na província do Bengo aumentou, nos últimos cinco anos, passando de 5.392 casos em 2015 para 31.526 no presente ano lectivo.
Dados do Gabinete Provincial da Educação apresentados nesta quinta-feira, 19, no 1º Fórum Provincial sobre a Educação no Bengo, dão conta que em 2015 foram registados 5.392 casos de abandono escolar, cifra que reduziu em 2016 para 4.443 ocorrências.
Em 2017 registou-se um aumento significativo de 16.450 casos, tendência que permaneceu em 2018, com 14.512 ocorrências, e em 2019, com 14.262 casos.
No presente ano lectivo houve 31.526 casos, com maior incidência em estudantes do sexo feminino.
Ao intervir no 1º Fórum Provincial sobre a Educação no Bengo, o director do Gabinete Provincial da Educação, Manuel Fernando, disse que a grande preocupação prende-se com as raparigas em idade escolar, pois ainda persistem em algumas famílias factos que visam desincentivar que vão à escola por vários factores, o que deve ser alvo de estudos.
De lembrar que em 2017 o Governo Provincial do Bengo encomendou um estudo científico cujos resultados apontavam para a existência de uma multiplicidade de causas geradoras do fenómeno da desistência escolar de meninas que urge combater.
O estudo apontou como causas do fenómeno questões de natureza sociocultural que consideram que a escola não é prioridade para uma rapariga, pois o mais importante é aprender a ser uma boa esposa, casar e procriar, à pobreza e a atitude negativa de alguns pais em relação a escola, o assédio sexual nas escolas por parte dos professores, gravidez indesejada e casamentos precoces.
A erradicação do fenómeno abandono escolar requer um abnegado comprometimento dos pais e encarregados de educação, dos professores e respectivas direcções das escolas e da interacção entre as escolas e as famílias.
O 1º Fórum Provincial sobre a Educação no Bengo, enquadrado nas comemorações do Dia do Educador (22 de Novembro), junta profissionais para discutir em dois dias os problemas do sector na província, no intuito de se encontrarem plataformas que permitam identificar os pontos de estrangulamento da acção educativa e encontrar consensos na selecção de estratégias para a sua melhoria.
Por Angop