Mil e 117 ataques cibernéticos contra empresas públicas, privadas e pessoas singulares foram registados no primeiro semestre deste ano em Angola, a informação foi avançada ao Jornal de Angola, pelo Director Nacional de Cibersegurança do Ministério das Telecomunicações Tecnologias de Informação e Comunicação Social Hediantro Wilson Mena.
Os ataques à banca totalizaram os 6.9 por cento, enquanto os telemóveis suportaram 34,9 por cento, devido à inobservância de medidas de segurança por parte dos usuários. Segundo a fonte, neste momento Angola é o segundo país que mais ataques cibernéticos registou no continente africano, de uma lista liderada pela Nigéria.
Hediantro Mena avançou a clonagem de cartões de crédito, transferências ilícitas via internet banking, venda simulada de produtos via Internet, espionagem e incitamento à violência como fatores que têm provocado prejuízos à economia.
Consta ainda da lista o acesso ilegítimo de programas, sabotagem e falsidade informáticas, inutilização do sistema informático, ameaças virtuais, fraude de computadores e programa espião.
Confidenciou que estes crimes são de alta complexidade tanto na sua previsão, quanto na sua identificação e tipificação, factores que têm provocado o aumento da prática destes e perdas incalculáveis à economia. “ Para atrai investidor é necessário que ele tenha garantia que os seus dados não sejam violados com facilidade. É preciso implantarmos medidas que proteja o sector económico”.
A segurança e a invulnerabilidade dos dados do empresário passam pela criação, nos próximos tempos, de um Centro de Estudos Respostas e Tratamento de Incidentes Informáticos (CERT), que terá a missão de reportar todos ataques às empresas e particulares, acrescentou. Assim como defendeu a necessidade de Angola aderir a convenção de Budapeste enquadrada na luta contra os crimes informáticos.
A adesão de Angola à convenção, argumentou, vai facilitar a cooperação internacional com outros países. “ Aderindo à Convenção, Angola irá cooperar internacionalmente com uma legislação harmonizada, visto ser fundamental para que os crimes não sejam imune”. Avançou que não existe no ordenamento jurídico-penal a tipificação relacionada a crimes cibernéticos, apesar de existir legislação que permite tipificar algumas condutas ilícitas inerentes a estas práticas de crimes. “Esta constitui outra tarefa a vencer”, concluiu.
Estratégia
Para reduzir no futuro crimes Cibernéticos na economia, vai ser elaborado brevemente uma Estratégia no sector que incidirá em aprofundar a segurança das redes como forma de garantir a protecção e defesa das infra-estruturas críticas e dos serviços vitais de informação, e potenciar uma utilização livre, segura e eficiente do ciberespaço por parte das empresas públicas, privadas e do cidadão.
O combate ao Cibercrime, protecção do ciberespaço e das infra-estruturas, educação, sensibilização e prevenção, cooperação e a elaboração de Estratégia Nacional de Cibersegurança que deve ser encarada com um problema político, social, económico, gestão, policial fazem parte do programa a implementar.
“ É imperioso a adopção de uma Estratégia Nacional de Cibersegurança para Angola, que estabeleceria a sua visão e os objectivos estratégicos com relação à Cibersegurança. A estratégia deve fornecer detalhes sobre o quadro de implementação”.
Wilson Mena defende ainda que a cibersegurança deve envolver a protecção das chamadas infra-estruturas críticas, porque segundo ele, a implementação de medidas de seguranças das infraestrutura das TIC é feita de forma independente. Por outro lado, alertou que para reduzir os assaltos aos bancos, empresas, e telemóveis deve-se mudar com regularidade os “passeword”.
Assim como trocar antivírus em espaços de tempo recomendáveis. O uso de “Email” institucionais é outra prática que facilita a vulnerabilidade aos ataques. Para que paulatinamente, Angola possa dirimir os assaltos a economia por via da internet, O director anunciou que trabalha em parceria com peritos de Portugal e Brasil. O cyber-crime quer empresarial e institucional provoca impacto negativo a economia e ao Estado.
Perigo à economia
O diretor executivo de operações do Internet Technologies Angola (ITA) Tulio Jacinto, em entrevista ao Jornal de Angola, disse que o crescente número de ataques cibernéticos pode ser um perigo para a economia e na segurança de Estado.
Por isso, defende a implementação de medidas rigorosas de controlo de processos e de funcionários, uma vez que muitas vezes o risco vem de dentro, segundo a fonte. Em especial, no que diz respeito à banca, é muito importante assegurar todos os passos de controlo, auditoria e outras medidas de segurança relativas às aplicações de banca, e em específico as de home banking / online banking / net banking.