As notas de 500 da Nova Família do Kwanza, Série 2020, entram em circulação a 17 deste mês, depois de em Julho o Banco Nacional de Angola ter colocado à disposição do mercado as de 200.
Segundo o director do Departamento de Meio Circulante do Banco Nacional de Angola, Sebastião Banganga, com base no Aviso 16/20, estão criadas as condições para que a partir da data prevista os agentes económicos possam ter disponível a série 2020 das notas de 500 kwanzas.
Segundo disse, tratando-se de um dia de feriado, o mais provável é que as notas estejam disponíveis em primeiro nos multicaixas e só depois disso nas agências comerciais dos bancos.
Sebastião Banganga tranquiliza não haver razões para receios nem pressões, pois as notas novas coabitam com as antigas e a quantidade a injectar dependerá da procura no momento.
“Não podemos precisar qual a quantidade de notas a introduzir, para não alarmar o mercado. O certo é que as notas existem e são suficientes para gradualmente ir-se introduzindo no circuito. Esta medida visa travar quaisquer tendências de inflacção”, explicou.
Nesse sentido, o director do Meio Circulante avança estarem já as notas disponíveis nas delegações do BNA e que os bancos também podem levantar as mesmas ao longo desse período que antecede a entrada em circulação.
Afirmou que as actuais notas resistem mais aos rasgos e sujidade, o que reduz os níveis de desgaste. Também resistem mais à água, característica que faz dispor aos utilizadores notas mais duráveis e com padrões de segurança facilmente identificáveis, capaz de eliminar quaisquer possibilidades de falsificação.
Em termos de comparação com a nota de 200, que tem 120/62 cm e cor azul, a de 500 é de 126/66 cm e apresenta-se na cor castanha.
O programa do BNA fixou a data de 30 de Julho, já concretizada, para a entrada da nota de 200 e de forma progressiva a colocação das demais. Assim, a nota de 500 entra a 17 de Setembro, a de 1.000 a 1 de Outubro, a de 2.000 a 11 de Novembro e a de 5.000 em Janeiro 2021.
De acordo com Sebastião Banganga, as notas de 2012 estarão em circulação até 31 de Dezembro de 2021. A partir de 1 de Janeiro de 2022, as notas da série de 2012 deixam de ser aceites. De 1 de Janeiro a 30 de Junho, as mesmas valem só nos depósitos nas contas bancárias. A partir de 1 de Julho de 2022 a 31 de Dezembro de 2026, elas poderão ser trocadas, mas só no banco central e suas delegações regionais.
Sobre os sucessivos receios de eventual inflação com as entradas de novas notas, Sebastião Banganga reconheceu o árduo trabalho de sensibilização que o BNA e os órgãos de comunicação realizaram. O mesmo permitiu que em pouco tempo os agentes económicos, sobretudo, os populares ganhassem maior consciência de que não se tratava de um acto de desvalorização.
Inflamação
Moeda em poder do público é de 337,5 mil milhões
O stock das notas e moedas em poder do público, até final de Agosto, foi estimado pelo BNA em 337,5 mil milhões de kwanzas, contra os 369,6 mil milhões registados em Julho.
Os dados foram disponibilizados ao Jornal de Angola pelo Banco Nacional, ontem.
De acordo com o quadro, em Junho, o público tinha em posse notas e moedas estimadas em 391,6 mil milhões e 387 mil milhões em Maio.
Na sessão do Comité de Política Monetária do mês de Março, que avaliou os dados de Fevereiro, o agregado monetário M2 em moeda nacional, que congrega a totalidade dos depósitos bancários em moeda nacional e as notas e moedas em poder do público, havia contraído 6,24 por cento em relação ao nível observado em Janeiro de 2020. Naquela altura, passou de 4,94 biliões para 4,64 biliões. Esta diminuição reflectiu-se nos depósitos que contraíram em 299,21 mil milhões e nas notas e moedas em poder do público que contraíram em 9,18 mil milhões.
A expansão da Base Monetária, de acordo com o banco central, reflectiu-se no aumento das reservas bancárias em moeda nacional em 138,40 mil milhões (14,40), sendo que as notas e moedas em circulação contraíram na ocasião em 4,91 mil milhões (1,02).
A 30 de Julho, aquando da entrada das notas de 200, o BNA havia introduzido no mercado 20 milhões de notas. Depois ndisso, foi introduzido, de forma progressiva, mais quantidades, sempre respondendo às necessidades do mercado monetário.