Uma vacina contra a covid-19 poderá estar pronta no fim do ano, disse esta terça-feira o líder da Organização Mundial de Saúde
Diretor-Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, admitiu que possa haver uma vacina disponível até ao final deste ano e pediu solidariedade e compromisso político de todos os líderes para garantir uma distribuição justa de vacinas.
“Vamos precisar de vacinas e há esperança que até o final deste ano possamos ter uma vacina. Há esperança. Investir nelas enquanto usamos as ferramentas que já temos em mãos é importante para termos melhores resultados”, revelou, citado pela Reuters, durante os comentários finais da reunião do Conselho Executivo da OMS, formado por especialistas de 34 Estados Membros.
No final da reunião de dois dias, inteiramente centrada na luta contra a pandemia, Tedros concluiu que “embora ainda existam áreas desconhecidas, agora sabemos mais sobre o vírus” que causa a Covid-19.
As afirmações do diretor-geral parecem, no entanto, contradizer as do cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan , que no mês passado alertou que possíveis vacinas contra Covid-19 não devem estar disponíveis para a população em geral antes de um período de dois anos, embora os primeiros grupos de risco possam vir a ser imunizados em meados de 2021 .
Nove vacinas experimentais estão a ser estudadas e acompanhadas pelo programa global de vacinas COVAX da OMS, que visa distribuir 2 mil milhões de doses até ao final de 2021.
A reunião de dois dias, que examinou a resposta global à pandemia, ouviu apelos de países como Alemanha, Reino Unido e Austrália, que pediram reformas para fortalecer a agência da ONU.
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou fortemente o papel da OMS durante a crise, acusando-a de ser muito próxima da China e não fazer o suficiente para questionar as ações de Pequim no ano passado, quando o vírus apareceu pela primeira vez em Wuhan.
Tedros rejeitou essas alegações e disse que a sua agência manteve o mundo informado.
Três painéis independentes avaliaram o desempenho da OMS, incluindo o Regulamento Sanitário Internacional de 2005 – que estabelece diretrizes sobre restrições ao comércio e viagens impostas durante emergências de saúde -, e forneceram atualizações sobre o seu trabalho.
O Painel Independente para a Preparação e Resposta à Pandemia, liderado pela ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark e a ex-presidente liberiana Ellen Johnson Sirleaf, reuniu-se pela primeira vez no mês passado.
“Esperamos obter ilações que possamos realmente implementar e prevenir que isto volte a acontecer”, disse Tedros. “Mas gostaria de assegurar que a OMS está pronta para aprender com isto e mudar esta organização”, acrescentou.