OS JOVENS JÁ NÃO ESTÃO A MANIFESTAR – ESTÃO A VANDALIZAR

Nos últimos dias, por força do grande impacto que teve a manifestação 24, uma onde de manifestações veio a tona, como forma de protesto a problemas que circundam na ala da juventude. Até aqui, tudo bem, pois estamos a exercer um acto de cidadania consagrado pela Constituição da República. Porém, uma parte desta franja, ou se calhar nova, tem estado a irem além daquilo que se pode dizer tolerante, quer para as leis, quer para psicologia humana ou, até mesmo, para qualquer sociedade consciente do que se quer ver melhorado.

Enquanto jovens, compreende-se o desejo de se querer ver os nossos sonhos realizados, e quando assim não acontecer porque o governo não permite, temos o dever de exigir o que nos é devido. Sei que a Polícia tem tido um proceder indecoroso, mas agora, e quanto a nós? Me desculpem, destruir um património público ou privado? Agredir jornalistas? Fazer promessas de morte ao Deputado David Mendes? Não, isso com certeza não pode ser um acto aceitável em parte nenhuma do mundo, nem mesmo na consciência de cada pessoa que se julga sã.

Não são os jornalistas da Televisão Pública de Angola que fazem a gestão da coisa pública, e ainda que fossem, não mereceriam ser agredidos, ninguém merece. No entanto, nem mesmo eu teria a necessidade de escrever este texto porque jamais julgaria que fôssemos confundir a luta contra o desemprego com vandalismo e terrorismo, pois não me ocorrem outras palavras que possam classificar a intenção de invadir a TPA e, estando no interior daquelas instalações, agredir os trabalhadores. Como posso chamar isso? Agora, há um vídeo que circula nas mídias digitais de alguns jovens a fazerem promessas funestas ao Deputado David Mendes, por este apenas defender as suas convicções! Não, está mal e precisamos dialogar.

Nem todos que parabenizam o governo quando faz algo de bom é, e nem precisa de ser, do MPLA. Tal como nem todos os cidadãos que criticam o governo precisam ser da UNITA ou da CASA-CE, não vou falar de outros partidos porque são cartas fora do baralho. Por isso, tenho dito, o povo, por sua iniciativa, deve fazer manifestação quando achar necessário, e não quando a iniciativa e apoio absoluta vem de uma força política na oposição, pois, pode ficar claro que até aqueles, dentre os manifestantes, que se dizem apartidários, são do partido que incitou a manifestação.

Não quero vos colocar coisas na cabeça, vocês são adultos e podem pensar por vocês. Ora, a questão que deve ficar patente em cada um do jovem, como eu, que decide alinhar a uma manifestação, que o faça de modo consciente e responsável, para que, depois da emoção, os ânimos não leva a incorrer a actos reprováveis e puníveis por lei. Podemos e, sempre que julgarmos necessário, manifestaremos sempre. Porém, o faremos sempre com moral e integridade, pois estaremos a obrigar que nos dêem o merecemos e não começar uma briga irracional que os lesados seremos sempre nós por agirmos a margem da lei.

Por: Kizúa Massoxe

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