O Ministério da Saúde, MINSA, é o único órgão responsável pela testagem da Covid-19, por isso, a Escola Nacional de Saúde ao Morro Bento, em Luanda, foi o local escolhido para os testes grátis mas face a irresponsabilidade e a desorganização deste órgão, têm deixado a desejar quem aí recorre ao serem expostos ao próprio vírus através das aglomerações e pelo incentivo à corrupção, como denunciam.
De um tempo a esta parte, temos assistido as constantes denúncias de como o processo de testagem grátis para Covid-19 tem sido conduzido com irregularidades que deixa agastado quem vai a procura deste serviço para ter autorização de se deslocar de Luanda para as demais províncias, assistimos a este episódio em Abril quando os camionistas clamavam por intervenção de quem é direito no sentido de descentralizar os serviços para diferentes pontos da capital para evitar os aglomerados e enchentes que chegou a obrigar que estes dormissem aí mais de uma semana, pelo atendimento lento e seletivo que é feito.
Na semana passada voltamos a assistir o mesmo cenário de desordem e falta de organização do ministério da Saúde, que aglomerou mais de 1500 professores no IMNE Marista para serem atendidos por menos de 15 profissionais, mas o que se passa no ministério da Saúde? Será que não há técnicos suficientes para corresponder a demanda? Como pode o próprio ministério que dita as regras do combate deste inimigo invisível é o mesmo que em todos seus atos há sempre aglomerados que podem potenciar a propagação da doença.
Ademais, a informações que dão conta que o teste passou a ser uma negociata dos técnicos de saúde, quem confirma é Fernando Ferreira, de 35 anos, responsável de construção civil na província do Kwanza Sul, que em entrevista ao Novo Jornal, disse já estar a procura do teste a mais de uma semana e não consegue devido as confusões.
” Estou há oito dias à espera de uma oportunidade para fazer o teste mas não consigo, hoje estou aqui desde às 6h mas uma vez não fui atendido, mas vejo pessoas a serem atendidos de forma fácil, procurei saber do meu colega e ele disse que teve que pagar cinco mil kwanzas para ser atendido, e fui falando com outras pessoas que disseram que pagaram 10 mil kwanzas, e eu como não tenho nada e preciso viajar por isso estou aqui”. Lamenta Fernando Ferreira que apela as autoridades a tomarem a peito a situação e inspecionarem os testes.
Já Chico Martins, de 42 anos, confessa que a situação está fora de controle e isto está a potenciar a corrupção fazendo com que os brigadistas tirem proveito da situação e façam cobranças pelos testes. Onde a comissão multissetorial para supervisionar isto? Porquê que não se descentralizam os postos de testagem para se evitar estás confusões.
Por: Pumba Kibozo