O Clube de Paris anunciou que Angola reúne condições para beneficiar da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida. Assim, Angola está autorizada a suspender os pagamentos dos encargos da dívida respeitantes ao período de 01 de Maio e 31 de Dezembro 2020. Do lado de Angola, o País fica obrigado a usar as poupanças resultantes da suspensão do pagamento da dívida na mitigação os efeitos económicos e sociais da COVID-19, em particular no sector da saúde.
De acordo com o comunicado na página do Clube de Paris o Governo da República de Angola compromete-se ainda a obter de todos os outros credores internacionais bilaterais um tratamento do serviço da dívida que esteja em linha com o acordado com o Clube de París.
Segundo o Banco Mundial com esta suspensão Angola pode poupar até 2,6 mil milhões USD em pagamentos de dívida só este ano, o que equivale a 3,1% do PIB do ano passado.
De acordo com notícia do Jornal Mercado, “em causa está fundamentalmente a China, o principal credor de Angola, que não faz parte do Clube de Paris mas integra o G 20 no âmbito do qual foi adoptada a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI, sigla em inglês)”.
O Clube de Paris é uma organização informal de países credores internacionais criada em 1956 com o objectivo de ajudar países devedores em dificuldades. Bélgica, Canadá, França, Itália, Japão, Holanda, Coreia do Sul, Espanha Reino Unido e EUA confirmaram o acordo com Angola como membros permanentes, da organização. Austrália, Áustria, Brasil, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Irlanda, Israel, Noruega, Rússia, Suécia e Suíça participaram na qualidade de Observadores.
Os credores do Clube de Paris garantem que continuarão a coordenar com outras partes interessadas a implementação da DSSI e mostra-se disponível para uma eventual extensão do períododesuspensãodopagamentodoserviçodadívida,assunto que deverá ser discutido na reunião do G20 agendada para 21 e 22 de Novembro em Riade, Arábia Saudita.