Em 15 minutos, criaram a coreografia de «Jerusalema», que pôs o mundo a dançar e colocou os «Fenómenos do Semba» nas bocas do mundo. Ver o produtor Master KG admitir o contributo do grupo angolano na difusão da música dá “mais balanço”.
Como surgiu a ideia de fazerem uma coreografia para a música Jerusalema?
Surgiu num momento descontraído, em que estávamos a festejar o 5.° aniversário do grupo. A coreografia, inspirada num passo de dança sul-africano e misturada com a nossa dança da família deu no Jerusalema Challenge, uma coreografia que está no mundo inteiro.
Estavam à espera que fosse um sucesso mundial?
De maneira alguma. Fizemos o vídeo sem nenhuma intenção de o tornar viral e nem imaginávamos toda essa expansão. Como muitos vídeos que já publicámos, achávamos que era mais um e que talvez tivesse mais visualizações pela simplicidade e diferença da dança. Até nós mesmo, antes de o publicar, passámos quase o dia todo a rever o vídeo, porque tinha qualquer coisa de especial. Mas nunca pensámos que agradaria a tanta gente.
O Master KG admite que a música se tornou viral após o vosso vídeo. Que importância tem este comentário do criador da música?
Para nós, é super importante e gratificante o Master KG, como autor do hit, ter admitido isso. Angola e o mundo hoje têm conhecimento e certeza que foi um grupo de jovens angolanos que fez o primeiro challenge da dança e que a música propagou-se muito mais por causa do nosso vídeo. No meio disso, houve muita confusão, porque as pessoas tinham o nosso vídeo, mas não sabiam quem éramos e de onde somos. Depois do nosso, foram feitos e ainda estão a ser feitos milhares de vídeos, por isso teve grande significado o autor do hit ter admitido isso. Sentimo-nos honrados por colocar o nome de Angola, além-fronteiras, através da dança.
Se estivessem com Master KG o que gostavam de lhe dizer?
Gostávamos de lhe apresentar propostas de trabalho a fim de fazer uma colaboração Angola-África do Sul, dança e música para trabalhos futuros. Também gostávamos de lhe dar os parabéns pelo trabalho que tem feito em prol da música em África.
Qual é a sensação de ver um trabalho vosso espalhado pelo mundo e ser partilhado por famosos, como Janet Jackson?
Sentimo-nos super felizes. Sentimos que cumprimos um dever e uma etapa desta longa caminhada artística e cultural. A Janet Jackson conhece Angola e o grupo de dança «Fenómenos do Semba« por causa de um vídeo de dança, feito num quintal humilde, de jovens sem tshirts, com pratos e panelas, a dançarem o Jerusalema. Isso para nós é uma honra tremenda.
Como este vídeo mudou, se mudou, a vida do grupo?
Esse vídeo deu uma maior expansão e exposição ao trabalho que temos desenvolvido em prol da cultura nacional. Os olhos do mundo estão virados para nós, neste momento, e sempre que toca a música Jerusalema as pessoas pensam logo no nosso vídeo e tentam imitar os passos da coreografia. Através deste vídeo temos várias propostas de trabalho, a nível nacional e internacional para o ano de 2021, no pós Covid-19. Temos participado em vídeos de músicos, em Angola. Temos dado aulas online para grandes empresas no exterior, incluindo médicos, polícias e bombeiros, a fim de aprenderem essa dança, que une pessoas numa só energia positiva.
Fonte: Expansão