Perto de 50 crianças, das quais 20 morreram, foram vítimas de acidentes com minas, em 2019, na província da Huíla, divulgou esta Quinta-feira o Instituto Nacional de Desminagem (INAD) local.
Os dados foram revelados pelo INAD no âmbito de uma formação sobre Educação e Prevenção do Risco de Minas que, durante dois dias, vai transmitir aos formandos conhecimentos para sensibilização nas comunidades.
De acordo com os dados, divulgados pela Angop, em 2019 foram registadas um total de 76 vítimas de engenhos explosivos não-detonados, dos quais 49 afectaram crianças menores de 15 anos, tendo 20 delas falecido e outras ficado mutiladas.
O INAD indicou ainda que, entre 2007 e 2017, foram limpos de minas 14.136.478 metros quadrados de terras, salientando que o Lubango, capital da Huíla, é actualmente o foco dos trabalhos de desminagem, tendo desde Julho sido desactivadas 100 minas antipessoais nas localidades de Nompaca e Tundavala.
Nestas áreas, foram verificados este ano dois acidentes com explosivos não-detonados, envolvendo crianças.
Também os municípios de Cacula, Jamba e Matala são zonas com maior perigo de acidentes com minas, por isso estão a ser realizados trabalhos de verificação da zona.
Angola libertou, nos últimos cinco anos, 90 por cento das áreas suspeitas de contaminação por minas, mas continua a integrar a lista dos dez Estados mais contaminados no mundo, fruto de mais de três décadas de guerra.
Com mais de 100 quilómetros quadrados de terrenos suspeitos de terem minas terrestres e outros vestígios de armamento, 18 anos depois do fim da guerra, o país continua a registar morte e mutilações dos seus cidadãos.