O Secretário das Relações Internacionais e Comunidades e filho do primeiro presidente e fundador da UNITA, Rafael Massanga Savimbi, irá responder, na próxima sexta-feira, 23, ao Conselho Nacional de Jurisdição e Auditoria do “Galo Negro”, como declarante num processo disciplinar que incorrem dois membros da comissão política deste partido, acusados de constituírem uma comissão que visa destituir da presidência, Adalberto Costa Júnior.
O processo nº 10/CNJA/020, conhecido como “Caso Neves e Yofinas”, a qual o Correio da Kianda teve acesso, informa que o ex-secretário municipal da UNITA em Cacuaco, Eusébio Manuel Neves e Domingos Yofina, ambos membros da comissão política, “formularam um convite ao secretário municipal do Cazenga, Sebastião Monteiro Neves, para fazer parte de uma comissão que visa a destituição do presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, de modo a elegerem o deputado Rafael Massanga Savimbi como novo presidente e, consecutivamente, o cabeça de lista nas próximas eleições gerais de 2022.
Segundo o documento, os supostos mentores da criação de tal comissão afirmam que “Adalberto Costa Júnior, não será cabeça de lista em 2022, muito menos ganharia autarquia alguma, e que estariam a trabalhar na afirmação de uma nova direcção da UNITA”.
Uma fonte próxima de Rafael Massanga disse, em declaração ao Correio da Kianda, que não existe qualquer intenção ou evidências de que o filho de Jonas Savimbi, esteja por trás desta tal comissão que pretende tirar a força da liderança UNITA, asseverando que este processo visa somente “manchar o bom nome do político”, e que Rafael Massanga Savimbi está a ser projectado como próximo secretário geral dos “maninhos”, em substituição de Álvaro Daniel, que poderá ser exonerado a qualquer momento.
A segunda audição está marcada para a próxima sexta-feira, 23, e, possivelmente, contará com a presença do parlamentar. Caso venha se confirmar a sua impressão digital na criação desta comissão de gestão, Rafael Massanga Savimbi pode ser suspenso de todas as funções partidárias.
Até o desfecho desta matéria, o nosso jornal contactou o secretário adjunto nacional de comunicação e imagem da UNITA, que recusou prestar qualquer informação sobre o assunto.
Grupo de reflexão
À semelhança deste processo disciplinar onde estão arrolados os membros da comissão política da UNITA, Eusébio Neves e Domingos Yofinas, faz-nos recordar o ano de 2011, onde altas figuras políticas do maior partido na oposição, foram suspensas, preventivamente, por 45 dias: os chamados membros do “Grupo de Reflexão”, dos cargos que ocupavam nos órgãos de direcção deste partido.
Estavam implicados Samuel Chiwale, Lukamba Gato, Abel Chivukuvuku, Rafael Aguiar, Carlos Morgado e outros alvos do processo disciplinar, sob forte acusação de violação dos estatutos, por se terem associado ao Grupo de Reflexão que contestava o presidente da UNIT, na altura Isaías Samakuva.