Refugiados: Uma pedra no sapato da Europa

Incêndio no campo de Moria, na Grécia, veio relembrar urgência de resolver um problema que continua a dividir a UE.

O incêndio que no início do mês destruiu o campo de Moria, na Grécia, veio mais uma vez chamar a atenção da Europa para o problema dos refugiados. Apesar de estarmos muito longe dos números atingidos na crise migratória de 2015, milhares de pessoas continuam a arriscar a vida no Mediterrâneo em busca de um futuro melhor. A maioria acaba confinada em campos e centros de detenções sem condições, à espera de um processo de asilo que pode levar anos.

O abrandamento do fluxo migratório nos últimos anos deveu-se, em grande parte, ao acordo assinado entre a UE a Turquia em 2016, que estancou a Rota do Mediterrâneo Oriental. Itália e Espanha tornaram-se desde então as principais portas de entrada de migrantes e refugiados na Europa.

Pressionada pelo drama de Moria, que deixou 12 mil pessoas a dormir ao relento durante semanas e originou uma crise humanitária e de saúde sem precedentes na ilha de Lesbos, a Comissão Europeia decidiu acelerar a apresentação do seu novo Pacto Sobre Migração e Asilo, que, numa tentativa de ultrapassar a resistência dos países de Leste, elimina a distribuição por quotas dos refugiados, substituindo-a por um novo conceito de ‘solidariedade à la carte’, através do qual cada país poderá escolher a sua forma de participação no esforço conjunto, seja através do acolhimento direto, seja garantindo a devolução daqueles cujos pedidos de asilo forem rejeitados. As primeiras reações não foram, porém, promissoras, fazendo duvidar que seja desta que a UE vai encontra maneira de resolver um problema que continua a gerar grandes divisões entre os 27.

PORMENORES
140 mil por ano
A União Europeia recebe anualmente cerca de 1,5 milhões de imigrantes legais, na sua maioria trabalhadores qualificados. Já os migrantes ilegais e requerentes de asilo rondam os 140 mil por ano, segundo a Comissão Europeia.

Novas rotas
Nos últimos meses aumentou significativamente o número de ilegais que tentou atravessar o Canal da Mancha para chegar ao Reino Unido. Uma outra rota, ainda em fase embrionária, liga o norte de Marrocos ao Algarve.

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