O ministro dos Transportes, Ricardo d’Abreu, ameaça, em comunicado, levar à justiça jornalistas que terão difundido uma notícia sobre a compra de relógios no valor de USD 550 mil, sem o ouvir, enquanto o visado na notícia.

Na nota intitulada ‘Esclarecimento sobre a compra de relógios no BPC em 2017’ , Ricardo d’Abreu escreveu que foram 512 relógios comprados com o valor em causa, e ofertados aos funcionários que naquele ano, terão completado entre dez e 35 anos de serviço, como reconhecimento pelo desempenho, quando o actual ministro era o Presidente do Conselho de Administração do Banco de Poupança e Crédito (BPC).
A nota, surge em reacção a uma notícia publicada recentemente por um portal informativo nacional, que dá conta do uso de USD 550 mil para a compra de relógios de uso pessoal, por Ricardo d’Abreu, então PCA do BPC.
O ministro esclarece que o montante em causa foi usado para a compra de 512 relógios personalizados, no cumprimento de uma cultura de incentivo aos trabalhadores, que já vinha sendo praticada em anos anteriores na instituição, porquanto, em 2017, o valor da compra dos relógios tinha sido reduzido pela metade, comparativamente aos exercícios anteriores.
“Na verdade, o acto foi aprovado em Reunião Ordinária do Conselho de Administração n.º 04/CA/2017, Ponto 5, alínea D-tema atribuição de relógios aos funcionários”, lê-se no documento que acrescenta ainda que nos exercícios económicos anteriores já se praticava a oferta de relógios como “reconhecimento do mérito de contribuição dos funcionários à dinâmica da instituição que se estava a imprimir, visível e sentida por todos os colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros nacionais e internacionais”.
Por outro lado, o responsável repudia o órgão em causa, por “transformar um acto de incentivo interno do BPC numa operação suspeita, baseada em acusação infundada, que pretende, é nossa leitura, atingir o BPC, o seu anterior PCA, e actual ministro dos Transportes”, recordando o respeito pelo princípio do contraditório, que terá faltado na notícia, e transparência no exercício de suas actividades jornalísticas, à semelhança das funções de cargos públicos.
A nota termina com uma chamada de atenção para o respeito ao bom nome e imagem das pessoas, pois “a missão superior que nos deve unir é o de servirmos todos o país, responsavelmente, nas nossas posições, sejam como jornalistas ou gestores em cargos públicos, como é nosso caso”, reiterou.