Sector petrolífero absorve 85 por cento da força de trabalho

A força de trabalho angolana em actividade no sector petrolífero representa uma taxa de 85 por cento, o que sinaliza o “bom andamento” do processo de angolanização em curso no sector.

De acordo com o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, em entrevista ao Jornal de Negócios de Portugal, o ambiente de negócios em Angola melhorou muito, o que abriu portas para o aumento do interesse das empresas existentes no mercado de incrementar os investimentos. Sobre o novo Decreto Presidencial do conteúdo local, disse que foi amplamente discutido com os diferentes intervenientes na indústria, incluindo as operadoras internacionais.

“Claro está que seria impossível acomodar no decreto todas as preocupações dos diferentes intervenientes mas o que está plasmado não servirá, por certo, de factor impeditivo para o investimento destas. O decreto dá margem suficiente para que possamos continuar a trabalhar sem sobressaltos”, esclareceu.

Em relação aos serviços, o ministro Diamantino de Azevedo esclareceu que muitos são realizados em Angola como é o exemplo das empresas de fabricação local, que têm estado a trabalhar para os diferentes grupos empreiteiros no fabrico de módulos para a indústria. Em suma, disse, a implementação deste decreto começou mesmo antes da sua existência. Tendo em conta que o novo decreto resultou de consultas, benchmarking internacional e contou com a participação da indústria, ele acaba por ser um documento equilibrado e não será impeditivo para a continuidade dos investimentos na indústria petrolífera de Angola.

O governante falou do surgimento de novas empresas interessadas em entrar no mercado petrolífero angolano e que o Governo vai continuar a vigiar o ambiente de negócios de modo a mantê-lo atractivo.No entanto, sustentou que devido à pandemia foram suspensos os contratos das sondas que tinham sido mobilizadas para a execução do acordado.

“Saímos de oito sondas para zero. Hoje, passada a pressão inicial, estamos a trabalhar com as operadoras para trazermos de volta as sondas e neste momento temos já três sondas que estão a trabalhar na execução dos programas de trabalho em três concessões e outras virão estando agora a decorrer negociações, para que tal aconteça. Em resumo, temos um ligeiro atraso na implementação do acordado, mas estamos no bom caminho na efectiva implementação do acordado”, rematou.

Diamantino de Azevedo realçou ainda, por outro lado, da assinatura, em 2019 e início de 2020, de vários acordos entre a Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG) e os operadores petrolíferos para o desenvolvimento de campos nos Blocos 14, 15 e 17, que previam também a extensão das áreas de desenvolvimento dos referidos espaços.Foram também, segundo esclareceu, aprovadas declarações de Campos marginais nos blocos 0 e 31 e têm como objectivo a utilização do decreto que dá incentivos fiscais e contratuais a estas descobertas de modo a tornar o desenvolvimento viável. Lembrou ainda do desenvolvimento de um novo campo aprovado no Bloco 18.

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