Fonte: Jornal Expansão
A balança comercial angolana registou, no l trimestre deste ano, um saldo positivo de 4.162 milhões USD, uma subida inferior a 1% face ao mesmo período de 2019, mas se os cálculos forem feitos em Kwanzas esse saldo disparou 60%, de acordo com cálculos do Expansão. Esta subida em Kwanzas do saldo comercial resulta de um crescimento de 19% nas exportações para quase 3,3 biliões Kz e de uma descida de 18% nas importações para 1,2 biliões, segundo o relatório Estatísticas do Comércio Externo, do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Já em dólares, as exportações caíram 25% para 6.555 milhões USD e as importações caíram quase metade, 49%, para 2.393 milhões. A desvalorização do Kwanza justifica essa diferença, já que no I trimestre de 2019 a taxa de câmbio média era de 314,8 Kz
por USD. Já no mesmo período deste ano, era de 502,6 Kz por USD, evidenciando uma depreciação de 37% da moeda nacional face ao dólar.
A quebra das exportações resulta essencialmente da diminuição das vendas de petróleo, que caíram 25%, passando de 8.275 milhões USD no I trimestre de 2019 para 6.176 milhões nos três primeiros meses deste ano. Já em kwanzas, as vendas de petróleo ao exterior subiram 19%. Por cada mil dólares de exportações angolanas, 940 USD foram petróleo, o que evidencia a petrodependência do país. Note-se, ainda, que a segunda mercadoria mais vendida pelo país, máquinas, equipamentos e aparelhos, representa apenas 0,3% das vendas ao exterior.
Quanto às importações, máquinas, equipamentos e aparelhos foram as mercadorias mais compradas ao exterior, seguida de produtos agrícolas e de combustíveis (ver gráficos). A China é, ao mesmo tempo, o maior cliente (do petróleo) angolano, ficando com 59% das vendas angolanas, mas também é o maior fornecedor (14,5% das importações vêm deste país). Assim, o gigante asiático é o maior parceiro comercial de Angola, seguido da Índia, que é o segundo maior cliente do petróleo angolano.