Michael Cohen promete ‘bombas’ sobre “chuva dourada, fraude fiscal e negócios com funcionários corruptos da ex-União Soviética”.
Só chega às livrarias em setembro mas já está a dar muito que falar. ‘Desleal’, o livro escrito por Michael Cohen, antigo advogado pessoal de Donald Trump, promete revelações explosivas sobre a conduta de um homem descrito como “racista, predador e vigarista”, incluindo “chuvas douradas em clubes de strip de Los Angeles, fraude fiscal e negócios com funcionários corruptos da ex-União Soviética”.
“Sei onde estão enterrados todos os esqueletos porque fui eu que os enterrei”, explica Cohen no prefácio do livro, revelado esta quinta-feira. “Conheço Trump melhor do que a sua família, porque eu testemunhei o verdadeiro homem, em clubes de strip, reuniões de negócios obscuros e nos momentos desprotegidos em que ele revelava quem verdadeiramente é: um aldrabão, um mentiroso, um bully, um racista, um predador, um vigarista”, escreve Cohen.
“Eu era a primeira pessoa a quem ele telefonava de manhã e a última antes de se ir deitar”, diz o ex-advogado, que adianta não ter sido apenas uma testemunha privilegiada da ascensão de Trump, “mas um participante ativo e ávido”, inebriado pelo poder. “Enganei empreiteiros em seu nome, arruinei parceiros de negócios, menti à sua mulher para esconder as suas infidelidades, persegui e ameacei todos os que se atravessaram no seu caminho para o poder”, admite.
Jornalista ‘entala’ Trump com mentiras
Um jornalista do ‘Huffington Post’, SV Daté, embaraçou Trump em plena conferência de imprensa, na quinta-feira, ao perguntar-lhe “se não estava arrependido de todas as mentiras que contou ao povo americano”. Trump ficou sem resposta e passou abruptamente para outra pergunta.
Presidente propaga teoria da conspiração
Donald Trump impulsionou uma teoria da conspiração que alega que a democrata Kamala Harris não pode ser vice-presidente dos EUA porque, apesar de ter nascido na Califórnia, os seus pais, ambos imigrantes, não tinham a situação regularizada. “Ouvi isso hoje e acho que quem escreveu isso é uma pessoa conceituada”, disse Trump, que durante anos também alegou que Obama nasceu no Quénia e não podia ter sido presidente.
3 anos de cadeia foi a pena a que Michael Cohen foi condenado por fraude fiscal, obstrução à Justiça e violação das leis de financiamento da campanha. Este último crime está relacionado com o uso de fundos da campanha para silenciar duas ex-amantes de Trump.
Preso como retaliação
Cohen foi libertado em maio devido à pandemia. Voltou à cadeia em julho, mas foi novamente libertado após um juiz considerar que tinha sido preso como retaliação por escrever o livro.