O Presidente do Mali Ibrahim Boubacar Keita e o primeiro-ministro Boubou Cissé foram detidos no final da tarde de terça-feira (18.08) por soldados rebeldes. CEDEAO e União Africana condenaram a ação dos militares.
O presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, usou o Twitter para condenar “veementemente” a detenção do Presidente maliano Ibrahim Boubacar Keita nesta terça-feira (18.08), por soldados rebeldes.POLÍTICA | 24.04.2019
“Condeno veementemente a prisão do Presidente Ibrahim Boubacar Keïta, [do primeiro-ministro Boubou Cissé e outros], membros do governo do Mali e apelo à sua libertação imediata”, disse Faki na sua conta do
O Presidente do Mali Ibrahim Boubacar Keita e o primeiro-ministro Boubou Cissé foram detidos no final da tarde de terça-feira (18.08) por soldados rebeldes. A informação foi avançada por um dos líderes do motim à agência AFP, enquanto soldados confraternizavam com manifestantes que há meses exigem a renúncia do chefe de Estado.
“Podemos dizer que o Presidente e o primeiro-ministro estão sob o nosso controlo. Prendemo-los em sua casa”, disse à AFP um dos líderes do motim, que solicitou o anonimato.
Segundo um outro integrante do grupo amotinado, os dois líderes estariam “num veículo blindado no caminho de Kati”, onde se encontra o quartel de Soundiata Keita, a cerca de 15 quilómetros de Bamako, unidade militar onde o motim instaurou-se no início do dia.
Os amotinados assumiram então o controlo do quartel e das ruas adjacentes, antes de se dirigirem em comboio para o centro da capital, de acordo com um correspondente da AFP.
Em Bamako, os militares foram aplaudidos por manifestantes reunidos para exigir a renúncia do Presidente na aproximação da Praça da Independência, o epicentro dos protestos que abalam o Mali há vários meses, antes de se dirigirem para a residência do Presidente Keïta, de acordo com a mesma fonte.
Outras reações internacionais
Mesmo antes do anúncio da detenção do Presidente e do seu primeiro-ministro, os países da África Ocidental, a França e os Estados Unidos tinham manifestado a sua preocupação e condenado qualquer tentativa de derrubar o governo.
O Presidente francês Emmanuel Macron discutiu a crise em Bamako com os seus homólogos nigeriano Mahamadou Issoufou, costa-marfinense Alassane Ouattara e senegalês Macky Sall, e expressou ” seu total apoio aos esforços de mediação em curso dos estados da África Ocidental.
O chefe de Estado “está a acompanhar de perto a situação e condena a tentativa de motim em curso”, acrescentou a presidência francesa. Cerca de 5.100 soldados franceses estão destacados no Sahel, particularmente no Mali, como parte da operação anti-jihadista Barkhane.