Nos últimos seis anos, a venda de viaturas novas, em Angola, registou uma quebra de 93% para 3.073 unidades, um mercado bastante afectado pelo ambiente macroeconómico do país que resulta da queda das receitas com a produção de petróleo. De acordo com os dados da Associação dos Concessionários de Equipamentos de Transporte Rodoviário e Outros (ACETRO), em 2014 as vendas de veículos novos, entre ligeiros e pesados de mercadorias ou de passageiros, atingiram a cifra histórica de 44.536 viaturas vendidas, tendo recuado, em 2019, para apenas 3.073, representando uma quebra de 93,0%.
Em termos homólogos, a venda de veículos novos registou um ligeiro recuo de 2,3%, em 2019, face ao ano anterior, período em que foram vendidas 3.146 viaturas de diversas categorias e marcas.
Se o mercado estava em crise, com a pandemia a tendência será agravar-se ainda mais. A ACETRO, que conta com 24 empresas associadas, prevê que até final de 2020 venham a ser comercializados 2.405 veículos, ou seja, menos 668 do que no ano passado. A concretizarem-se as projecções de vendas da ACETRO, para 2020, vai ser o quinto ano de ciclo de um mercado em recessão que, na prática, reflecte a quebra do poder de compra dos angolanos. Às dificuldades em vender, juntam-se a falta de divisas para honrar os compromissos com os fornecedores estrangeiros.
Uma fonte da ACETRO explica que os indicadores do primeiro semestre não são animadores, sobretudo depois da declaração do estado de emergência e sublinha que nem mesmo a disponibilidade de divisas, por parte da banca, está a contribuir para o aumento das vendas sobretudo no segmento de ligeiros comerciais.
A fonte lembrou ainda que no ano passado os associados previam uma recuperação nas vendas de 4%, mas no final do exercício, registou-se um recuo de 2,3%, comparativamente ao ano de 2018.
Atendendo ao histórico dos últimos seis anos, o empresário confirma, por outro lado, que as previsões para 2020, apontam um cenário mais recessivo, ou seja, a ACETRO vai registar uma quebra de 21%, comparativamente ao mesmo período de 2019, quando foram vendidos 3.073.
A incerteza gerada pela pandemia da Covid-19 está a afrouxar a corrida à compra de carros novos e tudo indica que as empresas e entidades singulares estão a optar por aplicar capital noutras áreas.
A comercialização de viaturas atingiu máximos históricos em 2014 com um registo de 44.536 unidades vendidas em todo o País (ver gráfico). No primeiro semestre deste ano as associadas da ACETRO venderam 929 carros, entre ligeiros e pesados, e a associação prevê vender mais 1.476 unidades até ao final do ano. A concretizar-se, será um recuo de 95% face ao melhor ano da história para as empresas concessionárias.